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A Torre de Londres

A Torre de Londres (The Tower of London) fica na margem esquerda do rio Tamisa, num espaço aberto conhecido como “Tower Hill”. Pode-se apreciar a Ponte de Londres, bem pertinho, e comprar lembrancinhas nas lojinhas da Praça.

A construção foi iniciada em 1078, pelo rei Guilherme, O Conquistador, marido de Ana da Bretanha (já comentei sobre esse casal em vários textos sobre a França). A Torre servia para proteger os normandos do povo inglês e das invasões externas. Shakespeare escreveu na sua peça “Ricardo III” que o imperador Júlio César a havia construído, mas foi apenas uma “licença literária”.

No século XII, o rei Ricardo Coração de Leão mandou construir uma muralha em torno da ponte e tentou rodear com um fosso desviando uma porção de água do Rio Tamisa, mas não deu certo. Ainda no séc. XII, o rei Henrique III empregou uma técnica holandesa e conseguiu instalar a água no fosso.

Também no séc. XII, instalou-se um zoológico, e tem uma história complicada sobre os corvos, mas deixemos para lá. Só comento porque dizem que ninguém se lembra dessa torre sem os corvos (hoje restam seis, mas com asas cortadas para não fugirem). Com os bombardeios da Segunda Guerra os corvos debandaram ou foram mortos, mas a Torre foi usada para prisioneiros alemães, inclusive um dos homens forte de Hitler, Rudolf Hess. De minha parte, sem respaldo científico, acredito que os corvos foram atraídos pelos cadáveres dos prisioneiros guilhotinados na Torre.

No nível da água tem um portão, o “Trator Gate”, ou Portão dos Traidores, por onde passavam em barcos, de forma “discreta” conforme a formalidade inglesa, tanto os prisioneiros de alto status que ficavam em alojamentos relativamente confortáveis, como os dissidentes religiosos que eram torturados, porque a religião era o valor maior naquela época. A história mostra que bastava o rei implicar ou acreditar em fofocas mandava os “traidores” para a Torre. O fosso, na entrada do Castelo da Torre, causa arrepios pelo sangue ali jorrado, inclusive de inúmeros inocentes.

Essa Torre permaneceu como Residência Real até no tempo de Oliver Cromwell, que demoliu os velhos edifícios palacianos (no texto sobre Henrique VIII, Ana Bolena e Elizabeth I, comentarei sobre Cromwell).

O primeiro prisioneiro foi Ranulf Flambard em 1100 que, como Bispo de Durham, foi condenado como culpado do crime de extorsão. Ironicamente ele foi o responsável por várias melhorias no desenho inicial da Torre. Contudo, ele conseguiu fugir da Torre usando cordas que levantavam os barris de vinho para entrar na Torre.

Nesses edifícios do complexo moram funcionários da Torre, inclusive uma espécie de prefeito. Ali voltou à minha lembrança o que minha mãe, Maria Amália Vaz, ensinou-me sobre os reinados da Inglaterra. Muito poder e muita crueldade em nome das religiões católica e protestante. Este viés da Torre é sinistro.

ESCRITO POR MARLENE VAZ

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