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Quimper e o Perdão para Qualquer Pecado

  • Foto do escritor: marlavaz
    marlavaz
  • 13 de nov. de 2016
  • 3 min de leitura

Quimper, em bretão Kemper, é uma comuna francesa na região administrativa da Bretanha, no departamento Finisterra.

Comércio movimentado, muitos turistas.

Os adoráveis gerânios, nas janelas de construções seculares.

Ao fundo, as torres da Catedral de Saint-Corentin.

Cada cantinho mais encantador, você não para de apreciar e fotografar.

Famosa é a faiança de Quimper. As primeiras peças surgiram em 1620. É uma forma de cerâmica branca, com nenhum quartzo e menos caulim em comparação à porcelana, além de ser associada a argilas mais plásticas. São massas porosas de coloração branca ou marfim e precisam de posterior vitrificação. Vi nas vitrines, com olhinho comprido, aparelhos de jantar, aparelhos de chá, xícaras e canecas, peças decorativas etc., pois eram difíceis de acomodar na mala. A prática de viajar todos esses anos e por tantas cidades, me fez cultivar o bom senso de levar somente uma mala e pouca roupa.

No Brasil, já tivemos a indústria de faiança nos primeiros anos do séc. XX, mas a partir de 1940 teve seu declínio, com a oferta maior de produtos de porcelana, por ser mais fina e mais durável. Pessoalmente, aprecio a faiança para expor, mas para uso prefiro a porcelana.

Uma curiosidade. Na sinalização do trânsito que só vi nessa cidade de ruas estreitas. O semáforo baixinho indica a luz vermelha.

Então sai do subsolo da calçada um cilindro de metal, impedindo o avanço dos carros. O pedestre então pode caminhar na calçada. Quando o sinal fica verde, o cilindro automaticamente volta ao subsolo, e o carro pode passar. E o pedestre para.

O sui generis de Quimper é que, anualmente, acontece a procissão do Pardon. Perdão para todos os pecados, basta pedir. Trata-se do perdão de Deus, pois cabe à Justiça punir os crimes. Contam que, no passado, quando os casais brigavam e não faziam as pazes, o bispo os colocava numa carroça que rodava por toda a cidade, até que se perdoassem e fizessem as pazes.

A Bretanha mantém a cultura sedimentada, vivendo as relações familiares com os valores do passado. Ana da Bretanha implantou valores familiares indestrutíveis, inclusive ajudando financeiramente às famílias pobres para manter, juntas, o patrimônio. Não sei se o casamento não acabava por causa do amor, ou se para manter unido o patrimônio. Vi famílias fazendo esse percurso nas carroças, ainda hoje. Contudo, não sei se os casais estavam tentando fazer as pazes, ou se vieram da zona rural. Prefiro acreditar que estavam cumprindo a penitência para o perdão (turista pode se dar ao luxo de se perder em devaneios). Em contrapartida, as cidades avançaram no comércio sofisticado, pois inúmeras grifes famosas aí se instalaram.

Pontos a visitar em Quimper: Cathédrale Saint-Corentin (que comentarei no próximo Post): Musée des Beaux-Arts de Quimper: Jardin du Prieuré (jardim medieval, no local onde os romanos fundaram uma cidade portuária, com plantas, inclusive medicinais, flores, quiosque e fonte decorativa); Café du Finistère (parada obrigatória para um café e licor); Magasin Usine Armor Lux (vi roupas lindíssimas, trata-se de uma marca pret-à-porter, para homens, mulheres e crianças, reconhecida na Europa pela originalidade de inspiração marítima, referendada nos valores da Bretanha ); Centre Nautique de Creac'h Gwen;Gare de Quimper (Estação de Trem). Come-se divinamente no restaurante Le Prieuré, em especial comida do mar. Excellent ! Ah! Já ia esquecendo de falar das delícias das Biscuiteers (petit four, biscuit, macaron, etc.)

Quimper despede-se com a Chapelle Ty Mamm Doue, capela renascentista, em bretão "Maison de la Mère de Dieu", onde se pode alugar quarto no albergue local, em meio a um jardim adorável. Boa viagem!

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ESCRITO POR MARLENE VAZ

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