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Desembarque dos Aliados nas Praias da Normandia, 1942

  • Foto do escritor: marlavaz
    marlavaz
  • 18 de out. de 2016
  • 3 min de leitura

Durante a 2ª Guerra Mundial , a preparação técnica para invasão dos aliados à Europa Ocidental chamava-se COSSAC (Chief of Staff Supreme Allied Command), em dezembro de 1942, sendo comandante o polêmico general britânico Frederich Morgan. Os britânicos, em agosto daquele ano, já haviam tentado desembarcar em Dieppe, mas foi um insucesso, com inúmeros soldados ingleses mortos.

A participação americana no desembarque de tropas na França foi elaborado pelo Comandante Supremo o general David Eisenhower (depois presidente dos Estados Unidos,1952), tendo participado o Primeiro Ministro Inglês Winston Churchill. A elaboração estratégica durou três anos, concluindo-se que além de desembarcar soldados e equipamentos na costa da Normandia, onde os navios eram atracados em pontes móveis jogadas pelos navios à noite, que ainda se pode ver no local, seriam enviados paraquedistas para pousar em lugares estratégicos para tomar pontes e vilas, além de executar missões de sabotagem.


Reuniram-se os aliados no Congresso de Teerã. Depois de muitas negociações com evidentes ganhos para a Rússia, e nisso Stalin foi o grande estrategista, inclusive insistindo na antecipação da invasão, decidiu-se desembarcar na Normandia simultaneamente em cinco praias codificadas como Utah (desembarque americano), Omaha (desembarque americano), Gold (desembarque inglês), Juno (desembarque canadense) e Sword (desembarque français e inglês). Esta operação recebeu o nome de Overlod. Visitei essas 05 praias e o cemitério americano. São museus a céu aberto.

Dia D, como ficou conhecido esse desembarque, é o código militar que designa, desde a Primeira Guerra, operação militar sigilosa, para determinar em que dia o ataque deve ser anunciado – Day. No dia 6 de junho de 1944 (chamado pelos brasileiros de Dia D), cerca de 100 mil soldados, com o apoio de 6 mil navios e 5 mil aviões, desembarcaram na costa da Normandia, França, abrindo uma nova frente de guerra no oeste.

"Omaha Sangrenta", como ficou conhecida a praia de Omaha, foi a praia de maior resistência alemã. Omaha era coberta por obstáculos alemães, para que os tanques Aliados não conseguissem invadir.

O bunker alemão no local era uma fortaleza e onde soldados alemãos combatiam confinados num pequeno subsolo, em condições subhumanas. Porém contavam com armas anti-navais e metralhadoras MG42 para barrar o fluxo dos invasores.

Depois de milhares de mortes, os Aliados venceram a batalha, invadindo o flanco superior esquerdo da praia pelo cercado de arames e destruindo as casamatas (bunkers) que encontravam.

Fiquei extremamente emocionada, pisando na história, percorrendo os caminhos dos aliados e dos nazistas. Nasci em 1942, um mês antes do dia D, assim pertenço à geração da guerra. Minha tão saudosa, inteligentíssima e competente mãe, Maria Amália Vaz, em lugar de contar às filhas (e depois às netas), histórias de fadas e bruxas, contava a história universal. Assim, passei minha vida com ela enriquecida pelas narrações dessa guerra. O ponto onde os americanos desembarcaram na praia de Omaha é extremamente triste. Foram jovens que vieram de outro continente libertar a França do nazismo e, ali, perderam suas vidas pela humanidade.

Há anúncios: “Silêncio, aqui morreram homens para salvar a humanidade”. Nem seria preciso. Visitantes no mais completo silêncio. Todos se comunicam com olhares, com lágrimas. Muitos se recolhem num canto, sozinhos.

Chorei no cemitério americano ao ver 10 mil cruzes de mármore de alabastro, com o nome e a infantaria que pertencia. Escolhi uma das cruzes, anotei o nome do soldado e vou orar sempre por ele: Jhon.


Todavia, os alemães foram expulsos da França, iniciou-se a libertação do Continente Europeu, e Hitller foi derrotado. E a vida seguiu seu curso neste mundo. Porém, quem faz esse percurso das praias do Desembarque, um perfeito sociodrama, certamente nunca mais será a mesma pessoa. Enquanto eu, resignifiquei meu nascimento na sociedade intolerante deste planeta com a vitória imortalizada pelo beijo do soldado e da enfermeira, em New York.


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ESCRITO POR MARLENE VAZ

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