Pompeia, ao pó voltaram!
- marlavaz
- 15 de abr. de 2016
- 3 min de leitura

O lugar mais espetacular que visitei na viagem de julho de 2009, foi, como chamam os italianos – Pompei – pois, como me segredou uma senhora italiana, Pompeia foi uma prostituta. Por isso não gostam quando os brasileiros dizem Pompeia.
Todo sabem que Pompei foi construída 4 mil anos a. C. Após as conquistas Romanas, tornou-se uma importante cidade comercial. Trata-se do maior testemunho da arquitetura de Roma Antiga. Em 24 de agosto de 79 d.C. foi destruída pela erupção do Vesúvio, cuja chuva de cinzas sepultou a cidade, mantendo-a oculta por 1.600 anos.
A descoberta dessas escavações aconteceu por acaso. Numa época de desemprego, um prefeito da cidade contratou trabalhadores para cortar o mato daquele espaço sem construções. Foi aí que se descobriu as ruínas de Pompei.
Uma linha de pensamento inclui Pompei, Sodoma e outras cidades arrasadas por fenômenos naturais, como um castigo divino pela “devassidão”. Na verdade, os habitantes de Pompei morreram por ignorância, pois não possuíam estudos sobre vulcões.
Nessas fotos anexas poderão ver a parte da cidade onde funcionava o prostíbulo. A primeira foto mostra a cama e o travesseiro de pedra, onde estou sentada para sentir a história, por ter pesquisado o tema desde 1974.

Na segunda foto vocês podem observar um dos mosaicos pornográficos, com diversos jogos sexuais, ainda guardando as cores originais.

A terceira foto mostra um pênis como símbolo da sorte cravado na pedra, na porta de uma das casas das famílias. Por aí vocês podem imaginar as relações de gênero na Roma Antiga.

A quarta foto mostra as marcas das rodas das caroças no piso de pedra das ruas.

Numa casa de um rico romano, vemos as fotos da porta e da fechadura, bem como os mosaicos que decoravam os ambientes. Um deles mostra um jardim de inverno, pela paisagem com animais e vegetação e porque alguns galhos de plantas e flores se prenderam nas paredes. Há também um armário, para colocar roupas.




A água era encanada do rio até às fontes da cidade. Numa das torneiras é ostentada o símbolo da cornucópia, na perspectiva desse liquido ser uma riqueza, para os romanos.

Os romanos participavam da vida social no bar, onde vemos o balcão com os locais do vinho, da cidra e da água.

O teatro ao ar livre foi elaborado com acústica de alta qualidade, tendo sido elogiado pelo tenor Pavarotti, quando ali cantou.

Os edifícios do Fórum da Justiça estão lá, ainda com muitas paredes de pé.

Um texto do meu amigo cientista, Dr. Ernane Giusmão, diz:
“...ao pó não voltaremos e sim ao cosmo para sempre e à biosfera em nossas passagens como gente, bicho, planta,etc.,em alguns momentos, posto que a energia de que somos feitas jamais se desfaz,mas sempre se recicla”.
Concordo e até já escrevi um texto sobre o condomínio onde moro, dizendo que as pétalas das flores, de outros apartamentos, que caiam na minha jardineira misturavam-se com as pétalas de meus gerânios e o vento as levavam para o lago da praça, onde “velejariam” para transformar-se em outros seres da natureza.
“Voltaremos ao pó” é, como sabemos, uma expressão simbólica da morte. Contudo, em Pompeia os romanos soterrados pelas cinzas do vulcão, voltaram, literalmente, ao pó. Quanto a essa energia que Dr. Ernane fala, agora fica mais claro para mim que a sensação que me fazia arrepiar em Pompeia (e até agora) era, seguramente, a energia dos romanos que ali viveram e que se concretizava na sensação de que aquelas pessoas estavam ali nos observando. Os pratos, jarras, panelas, pareciam dizer: essas pessoas estiveram aqui na terra. Há energia tanto no pó que cobre as ruínas como nos corpos petrificados.
Era um cemitério vivo de energia, nas ruínas das ruas, praças e casas, aparentemente desertas.
E o pó que se grudou no meu calçado e roupas foi viajando por outros lugares da Europa, “energia de gente” espalhando-se pelo mundo. Saí dali portadora da minha energia e da energia dos antigos romanos de Pompeia. Quanta responsabilidade ao espalhar energia de seres humanos!
Agora, fico pensando que em breve possivelmente estaremos espalhando energia, literalmente, no cosmo. No futuro, os ricos do mundo deixarão no testamento que deverão ser cremados e suas cinzas espalhadas no espaço cósmico pela NASA, num “Foguete Funerário”. E a energia desses mortos terráqueos passando a energizar outros planetas.
Pompeia muito me ensinou e continuará ensinando, vivendo nas peraltices do meu pensamento. Por exemplo, podemos explicar a vida eterna tanto do ponto de vista religioso, como do ponto de vista científico. Os romanos nos ensinaram, através de Pompeia, política, Direito, engenharia, arquitetura, cultura latu sensu, nos proporcionou o estudo científico de vulcões, além de mil outras coisas. Está lá para quem quiser refletir sobre o sentido da vida na terra. E da vida eterna.
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