Bratislava, Carinhosa Cidade
- marlavaz
- 24 de fev. de 2016
- 4 min de leitura

Saímos da Fronteira da Áustria, nada de novo no percurso, já conhecíamos os lindos campos de girassol da Áustria, e chegamos a Bratislava, capital da Eslováquia, Leste Europeu. É também cortada pelo Danúbio.
Situa-se no centro da Europa e no sudoeste da Eslováquia. Há um fato geográfico interessante. Fazendo limite ao oeste com a Áustria e no sul com a Hungria, é a única capital de um país no mundo cujas fronteiras são dois países. Está só a 62 quilômetros da fronteira com a República Checa e só a 60 quilômetros de Viena.

O primeiro assentamento permanente desta cidade deu-se 5 mil anos a. C. Sua história é marcada por guerras, já foi até capital da Hungria, em 1536, tornando-se parte do Hambsburg (austríaco) monarquia. Lembro que esse Império Austro Húngaro dominou, por muito tempo, grande parte do Leste Europeu.
A área onde se encontra Bratislava, a partir do século I até o IV d.C. , passou a fazer parte da Limas Romanus, que era uma área de defesa de fronteiras criada pelos romanos (o o que os Estados Unidos faziam pelo mundo, implantando bases militares). Contudo, os romanos também levaram parte de sua cultura, já avançada, entre elas o cultivo de uvas para vinho. Por muitos anos Bratilasva foi grande produtora de vinho, até que o país foi divido, ficando na área dessa cidade apenas um terço de seus vinhedos. Por força da cultura romana continuam produzido vinhos, mesmo em pouca quantidade. E o vinho mais servido, entre os internacionais, é o Tocaji da Hungria.
Quando Bratislávia se chamava Pressgurg, durante o século VIII, no reinado de Maria Teresa da Áustria, tornou-se a principal cidade do território da atual Eslováquia e da Hungria. Aumentou a população, por causa de migrantes atraídos pela situação econômica florescida. Construíram novos palácios, mosteiros, mansões, novas ruas, tornando se o centro social e cultural da região. Apenas para recordar, lembro que a que a partir do séc. XV os Hambsburg tornaram-se imperadores do Sacro Império Romano – Germânico, dominaram os países Baixos pelos casamentos que Maria Teresa arrumou, “a sogra da Europa”, e finalmente o trono espanhol. Minha mãe, naquela vida, Maria Teresa, era muito poderosa!

A cidade só começou a perder sua importância quando Maria Teresa e o filho Joseph II transferiram as jóias da coroa para Viena, em 1783, na tentativa de fortalecer as uniões entre Áustria e Hungria. Após, os departamentos imperiais foram todos, aos poucos, para a Hungria. Lembro também que Maria Teresa e esse seu filho (em outro texto contarei um fato interessantes de Joseph II, quando Marie Antoniette foi para a França) implementaram reformas , tornando a Áustria uma grande potência. Por isso, foram concentrando poder, aos poucos, em Viena.
Tem mais. Tem uma especial notícia para os jornalistas. Os primeiros jornais em húngaro e eslovaco foram publicados em Bratislava: o Magyar hírmondó em 1780, e Presspurske Nowinyem 1783
Agora relaxem, esqueçam a história de minha família em outras vidas, os Hambsburg (por isso posso dar os toques históricos que eu quiser sem ofender), porque tem uma gíria carinhosa para se referir a esta cidade: BLAVA. Isso porque é uma cidade linda, surpreendente! Nunca imaginei que fosse como é.
E como é Bratislava? Entramos e nos deparemos com lindos monumentos históricos. Permanecêssemos a maior parte do tempo na parte mais antiga da cidade, um centro cultural e de comercio. Logo acima, no final de uma dessas ruas está a Porta de Miguel (Michalská brána), o único portal da cidade que se preservou das fortificações medievais. Entra-se jogando moedas para dar sorte!
Quando se atravessa eesa porta, vêe-se cravado no chão em metal brilhante os pontos cardeais dos famosos impérios, a partir da referência Bratislava. Aí aparecem catedrais, igrejas, edifícios históricos. Destaca-se, ao longe, a famosa catedral gótica de São Martinho construída entre os séculos XIII e XVI. A Igreja de Santa Isabel, mais conhecida como a Igreja Azul devido a sua cor, construída totalmente no estilo ar nouveau. Lindíssima!
Na cidade nova, vê-se uma cidade moderníssima, com shopping, lojas comerciais, restaurantes, etc. Igual a uma cidade moderna. Na Praça das Armas, está a igreja barroca.
Num planalto de 85 metros acima do Danúbio está o Palácio de Bratislava, Palácio de Grassalkovich (Grasalkovicov palác, em eslovaco), sóbrio como todo castelo medieval. Antes era um castelo de pedra no século X, depois foi transformado em fortaleza gótica em 1430, e em 1562 reformado com uma construção renascentista, em seguida, em 1649, em construção barroca.
E aí, o que aconteceu? Tcha-chan, tchan! Chegou minha mãe a Rainha Maria Teresa da Áustria e transformou o castelo numa prestigiada Sede Real!
Em 1811, sem ela, o castelo caiu em ruínas. Até que em 1950 foi reconstruído no estilo Maria Teresa (isto é que poder, alma persistente como o sabor de um vinho de altíssima qualidade). Atualmente é a sede oficial do Presidente da República. Todavia, Maria Teresa deve caminhar pelos compartimentos, demarcando seu território e, quem sabe, sussurrando orientações políticas ao presidente.
Bratisla é hoje a cidade mais rica, o centro político e histórico e cultural da Eslováquia, com teatros, cinemas, bibliotecas. As estatuas que cobrem a cidade são um atraente point turístico.
Foi no século XVIII que a música floresceu em Bratislava e está estreitamente vinculada à vida musical vienense. Mozart visitou a cidade com seis anos de idade. Grandes nomes da música clássica, entre outros notáveis, os compositores Haydn, Liszt, Bartók e Beethoven. Por isso anualmente ocorrem inúmeros festivais.
Almocei num restaurante subterrâneo, como dizem , "um escândalo". Decoração medieval, mas com estilo aconchegante. Comida e cerveja de comer de joelhos, agradecendo a Maria Teresa, é claro.
Lembro-me que procurei um pente para pentear cabelos, pois esqueci o meu em algum hotel, mas não encontrei. Por muito tempo penteei o cabelo com os dedos. Só consegui comprar em Praga. Não se esqueçam do pente quando viajar ao Leste Europeu
Qualquer pessoa, com alma viajante, com pente ou sem pente, fica encantado ao pisar na história da carinhosa Blava.
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