Budapeste e Elizabeth Taylor
- marlavaz
- 23 de fev. de 2016
- 4 min de leitura

O ator Richard Burton quando esteve em Budapeste, Hungria, Leste Europeu,filmando “Barba Azul” , surpreendeu sua amada Elizabeth Taylor com uma big festa de aniversário para homenageá-la (naquele tempo se dizia big e não super). Escolheu um pequeno bar no alto de um hotel, mas na cidade era tudo escuro à noite, porque o governo comunista temia ataques. Depois de muita insistência de Burton, os comunistas concordaram em acender as luzes da Ponte Correntes (Széchenyi Lánchiol) com receio da repercussão negativa no mundo ocidental.
Avistamos a varanda onde se deu a festa desses dois astros de Hollywood , na Ponte das Correntes ,a mais antiga da cidade..Esta ponte foi concluída em 1849, ligando as cidades Buda e Peste e foi destruída na 2ª Guerra, mas foi totalmente reconstruída.
No passeio noturno vendo a iluminação da cidade, no alto das pontes, é de arrepiar! Cidade dos namorados! Budapeste é a cidade mais romântica que já conheci!!!
Até hoje, os húngaros adoram Sissi e detestam Francisco I, o imperador da época do Império Austro -Húngaro. Desse período, aliás, é a grande parte das belas construções, entre elas o Palácio da Ópera, que foi construída para competir com a de Viena.
De um lado esquerdo do rio Danúbio vê-se Buda (água), cidade histórica. PESTE, do outro lado, sempre foi mais burguesa, é uma planície por onde se espalham animadas ruas comerciais, parques e teatros. Uma badalação!
O conjunto das duas é Budapeste que dizem ser a Paris do Leste Europeu, mostra uma cidade de arquitetura harmoniosa, barroca e principalmente art nouvea. A sobriedade desse país deve-se às inúmeras batalhas contra mongóis, turcos e austríacos, além de ter vivido sob o regime comunista.

Pontos Principais: o Parlamento com 27 entradas e 700 salas, é uma preciosa e lindíssima construção, vale o passeio de barco, com almoço, para apreciar, pois é extasiante! O Castelo de Buda; Praça dos Heróis; Ópera Estatal; Palácio Gresham; Mercado Municipal, com artesanatos húngaros, mas achei uma perda de tempo, nada de interessante; Széchenyi Thermal Bath, as casas de banho com temperatura de 80 graus é resfriada a 33 graus. Dentro da água fumegante, a distração favorita é jogar xadrez nos tabuleiros feitos de mármore branco e preto nas extremidades das piscinas; Palácio de Frankenstein.

Não deixem de visitar o Palácio de Frankenstein, embora seja uma lenda. No jardim encontra-se a estátua do Homem do Saber, com um lápis que você deve tocar para se tornar sábio (eu peguei, é claro), que teria escrito a história da Hungria, ou seja, o primeiro homem a usar o idioma. Lembrei-me de meu namorado húngaro, já falecido, Ferenci Mihály, que com a família burguesa fugiu para o Brasil quando os russos invadiram à Hungria. Ele pesquisava em livros húngaros sobre a origem do idioma húngaro, até hoje desconhecido.
No palácio de Buda encontrei um belo homem. Aí eu falando alto em português, encantada com o charme dele, disse para os companheiros de viagem que ele parecia um sósia de Keven Costner e etc. e tal. Para minha surpresa, ele me abraçou e fez sinal para que meus amigos fizesse uma foto. Concluída a foto, ele me disse olhando nos meus olhos: “Show de bola! “
Gente! Ele era um jornalista italiano, e esteve no Brasil fazendo uma reportagem! Sabia falar um pouco de português! Daí, saiu passeando comigo por toda a cidade histórica e me convidou para almoçar. Aprendi uma lição. Não falar português sem ter certeza da nacionalidade de quem está a meu lado, por este mundo. Porém, desta vez, final feliz!

Fui a um espetáculo de orquestra húngara, na casa noturna Callas. Eram músicos de origem cigana. Adorável!
A moeda local é o florin húngaro. Uma confusão! É difícil você chegar e imediatamente fazer o câmbio e sair pagando, até assimilar o valor correspondente em euro.
A Comida Gulash, é soberba, poderosa! É uma sopa de carne, com legumes, com alguns pedaços de pão. Os pães são artesanais. Entre os pratos mais lembrados da culinária estão Halászlé, sopa de peixe com páprica (páprika de vários sabores e tons) e Jokai Bableves, sopa de feijão, esta não tomei. A carne também é muito consumida, principalmente de porco, frango, veado, pato e faisão. Como entrada os salames húngaros, famosos em todo o mundo. Embora eu não seja amiga de doces e de tortas, vi maravilhosas pastelarias húngaras, sobretudo a Dobos Torta. Quanto às bebidas, o vinho local, da uva furmint, são muito doces. Porém, o“Tokaji Aszú”, 1993, é quase sem açúcar, porque é feito com as melhores uvas botritizadas (atacadas pelo fungo Botrytis Cinerea, que produz o que chamamos de podridão nobre), dos melhores vinhedos. Um vinho de reis! Este que degustei custava R$ 350,00. Os vinhos dessa uva podem ser guardados por 30 ou 40 anos. Pela coroa impressa na garrafa, foi da mesma vinícola que tomei na Cracóvia. Lembram-se que contei? O bom mesmo eram as cervejas húngaras, como a Kobanyai e Dreher. E no café da manhã belisquei a famosa torta de maçã, porém me fartei mesmo foi de crepes.

Amei Budapeste. Porém não voltarei, porque ainda tenho muitos lugares para conhecer e a vida é curta. Quem quiser viver uma lua de mel vá a Budapeste e viva a experiência de Liz e Burton. Eu diria que é uma cidade digna, elegante. Mulheres lindas com olhos claros de cor indecifrável! O Povo sério, introspectivo, beirando à frieza. Tudo encantadoramente fora de moda, tudo encantadoramente Leste Europeu, tudo encantadoramente húngaro.
Comments